ACUMULOU
Tentativa número 3 do Gol 1000 de Romário, primeira coluna-diário deste blog. Será que hoje finalmente sai o gol? Ou esse jogo, ao invés de terminar com festa do Baixinho, vai marcar a última partida oficial dele como atleta profissional. Pensem só: se o Vasco perder hoje é recesso de um mês e jogo valendo mesmo só no Brasileiro, que Romário já afirmou que não disputa.
Ou seja, restaria tentar a sorte em amistosos do próprio Vasco ou numa forçada de barra com a Seleção Brasileira (lembrando que Romário já se despediu em um joguinho armado só para ele contra Honduras).
Ah, tem o Pan também, onde Romário poderia jogar ao lado do seu filho. A competição será disputada por seleções sub-17, mas cada país poderá levar três veteranos. Falando nisso, o filho do Romário tem menos de 17? Sei, não. É melhor fazer esse gol logo hoje.
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Escalação do Vasco confirmada: Leandro Amaral vetado (pela boca?), apenas Romário no ataque. Suicídio ou tática? Com o Baixinho em campo e este esquema, nem contra-ataque parece possível.
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Novela rolando na Globo, 21h30, e ainda não sei se narra Luís Roberto ou Galvão Bueno. Imagino o Galvão batendo na mesa numa reunião da Globo quando saiu a escala com o nome do Luís Roberto e exigindo narrar a partida. Luís Roberto sai chorando da sala, com o rabo entre as pernas.
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Nesta mesma reunião, Sergio Noronha foi visto dormindo e babando. Seu Nonô, por sinal, é tão velho que viu o início da carreira do Romário. Tem de comentar esse jogo.
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Fim da novela, início de transmissão: 21h40. Galvão narra. Abre logo falando, a voz tremelicando. Quem sabe é hoooooooje?
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Primeiro close da família do Romário. Seu Edevair está claramente mamado. Os filhos do Baixinho aparecem. A filha dele, pelo menos, tem mais de 17.
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Se aposta fosse liberada no Brasil, quanto será que pagaria cada real apostado em qual será o tema do discurso de Romário? Síndrome de down: 1,7-1 real; criancinhas 1,8-1 real; Deus apontou para mim e falou que eu sou o cara; a banca apenas devolve o dinheiro.
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Vasco entra em campo: Romário toma um golpe na cara de uma câmera. Todo mundo sabia que ele não falaria, mas os jornalistas correm atrás dele que nem um rabo de pipa.
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Depois de um monólogo de cinco minutos sobre Romário, Galvão lembra que o Vasco vai jogar contra alguém. O Botafogo não entrou em campo. Agora que ele percebeu... “é preciso respeitar a lei, divulgar a escalação, entrar no horário certo”. Galvão e seu discurso chato, politicamente correto. Fica reclamando do atraso, mas não fala do absurdo de um jogo de futebol no Rio começar às 22h.
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Quinze minutos de transmissão: Galvão chama pela primeira vez Sergio Noronha. Vascaíno assumido, Noronha diz que o Botafogo é favorito. A velha tática de torcedor de arquibancada. Ao fundo, escuta-se o choro baixinho de Luís Roberto. Luís Roberto é o Leandro Amaral da Globo.
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Começa a partida. Galvão já pega no pé do árbitro, que bizarramente está de laranja.
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1min: Estava escrevendo e nem vi o gol. Falha bizarra da zaga do Botafogo. Juninho tira uma bola inexplicável que sairia pela linha do fundo, com o goleiro do lado; Renato aproveita e toca para o gol vazio.
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2min: 2 a 0. Renato toca para Abedi. Ele avança livre e não toca para Romário, que estava impedido, para desespero de Galvão. Faz o gol com um chute rasteiro.
Bá, botafoguense, sai xingando e batendo a porta. Desiste de ver o jogo.
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3min; Gool do Botafogo, eu grito, vou correndo atrás dela. Luciano Almeida de cabeça. Ela vem correndo ver, agora ao meu lado.
7min; Três gols e Romário ainda não tocou na bola, Galvão avisa.
Será que é hoje?, ele repete. Não percam a conta...
9min; Tem gente que gosta muito de datas, Galvão diz, e começa a contar uma história. Só jornalista esportivo gosta de número em futebol. Tino Marcos exagera, inventando uma conta que dá 11 – e daí?
12min; Jogo movimentadíssimo, mas só se fala de Romário, que não tocou na bola. Galvão esclarece que gol de disputa de pênalti não vale. Ainda bem que você avisou, Galvão. Ninguém sabia isso. E gol contra, vale para a conta do Baixinho?
15min; Jorge Henrique joga a bola no chão depois de lateral e leva amarelo. A torcida grita ladrão. Será que acabou a moda de chamar de Edílson?
16min; Bá sacaneia o endereço desse blog. Diz que parece o anúncio do programa da Astrid no GNT. É ao vivo, é diário...
19min; Romário toca na bola pela primeira vez. Galvão comemora como se já fosse o milésimo. Romário chuta para fora.
21min; Luciano Almeida cruza e a nega-maluca Zé Roberto empata. Bá grita Fogo, eu também. Já estou claramente torcendo pelo Fogão.
22min; Ôoo, vamos ganhar Fogo, a torcida grita. Galvão ignora o empate e continua a falar de Romário.
23min; Bá dá idéia de uma charge: Romário de barba branca, bengala, ainda tentando fazer o milésimo gol. O Gol Mil, meus queridos, está acumulando.
25min; Galvão só fala de Romário. Fui informado que se Romário for substituído, Galvão Bueno deixará Luís Roberto narrar o restante do jogo. Ao fundo, Luís Roberto murmura que é um barato a decisão.
27min; Quase o Botafogo vira, com Jorge Henrique de cabeça. Galvão fala do Vasco. Torcida escancarada.
29min; Alertado pelo ponto, Galvão resolve falar do Botafogo. Para não ficar por menos, chama o time de Carrossel! Menos, Galvão.
32min; Galvão tenta a narração perfeita do Gol Mil no escanteio. Fala de Romário e vai aumentando o tom. Mas é outro jogador que cabeceia. Júlio César, bem colocado, defende.
33min; Jorge Luiz, num lance de Josimar, faz um gol antológico. Romário ainda se joga, mas não toca na bola. Galvão nem fala quem fez o gol, só do quase de Romário.
35min; Dois minutos depois Galvão fala quem fez o gol, mas sem dar crédito do golaço para o jogador.
36min; Dodô empata de cabeça, e como Galvão nem ia narrar mesmo, a Globo estava com um anúncio no ar. Sem narração, o Botafogo faz o terceiro. Ih, tá maneiro, o Dodô é artilheiro. Galvão, o disco quebrado: seis gols e nada de Romário.
40min; Galvão se diz assustado, que sai gol toda hora. Depois da chatice da Copa do Mundo, tem de estar desacostumado mesmo.
43min; Falta perigosa para o Botafogo, na entrada da área. No domingo Lúcio Flávio fez da mesma posição contra o Nova Iguaçu. A torcida botafoguense grita o nome dele. Galvão ignora e fala da F-1. Emenda com vôlei. Se o Romário estivesse ajeitando a bola, duvido que a narração seria a mesma. Lúcio Flávio faz o gol da virada, falha de Cássio (juro que escrevi isso antes da cobrança da falta).
Que jogaço. Galvão diz que nunca viu nada igual nos seus 34 anos de profissão. Que estréia desse blog!
46min; A câmera pega o pedala que Roberto Lopes deu em Jorge Henrique. O árbitro ignora e ainda dá cartão para o goleiro do Botafogo.
Romário fala: diz que foi um bom primeiro tempo. Romário como comentarista é um bom padeiro. Um jogo desse e um comentário banal.
No intervalo, Galvão entrevista Dunga e Jorginho: assunto Seleção e Romário. No meio do segundo tempo, se Romário não tiver marcado, Galvão falará da possibilidade do gol mil ser com a camisa da Seleção.
Começa o segundo tempo. Nenhuma substituição.
1min; Ainda nenhum gol. Para não perder o hábito, Galvão fala do milésimo. Diz que Pelé fez o dele naquela trave. Esquece de falar que Romário escolheu atacar primeiro para o outro lado para fazer o gol do lado da torcida do Vasco. No segundo tempo ele está atacando para a trave em que está a Cachorrada.
3min; Galvão “Daqui a pouco vamos começar a dar alguns números da carreira do Romário.” Começar, vocês leram direito. Meu Deus!
5min; Guilherme cruza a bola, o goleiro do Botafogo falha e a bola bate na trave antes de ir para escanteio. E Galvão, desesperado: Nada da bola ir para o Romário. Vai Galvão, emenda: Será que é hoje?
7min; Romário não está isolado demais, Noronha? Isolado ou não isolado, o Vasco já fez três gols, cara pálida.
8min; André Dias está no aquecimento. Galvão: e sai o Romário? Luís Roberto se anima e começa a aquecer a voz!
9min; Roubo descarado. Árbitro expulsa Túlio num lance de falta comum. Chama a polícia. Ela entrou, mas para proteger o ladrão. Para quem não sabe, o árbitro é poliçafederal. Anda com arma na cintura.
11min; Globo tenta convencer telespectadores que expulsão foi justa. Uma piada: Túlio falou: “tá louco, porra.” Segundo Wright, seria para expulsão. Wright, você é um bosta, vendido. Vai me expulsar?
13min; Diguinho-o-louco, no lugar de Lúcio Flávio. Vasco coloca André Dias na vaga de Júlio Santos. Luís Roberto volta para o banco de reservas global.
15min; Bá quer a expulsão de Romário caso ele xingue o árbitro. Du-vi-de-o-dó.
17min; Árbitro expulsa André Dias, que acabara de entrar. Carrinho fortíssimo. Mas para Wright foi injusto. Era caso de cartão amarelo para ele. Também concordo, mas dado a expulsão anterior... Resumindo a participação dos atacantes do Vasco: Romário, um toque, chute para fora, André Dias, nenhum toque, expulso.
18min; Renato esculacha André Dias, o Valdir Papel da vez. Wright defende o jogador. A situação já está beirando o patético. Renato Marsiglia aquece no fundo da cabine. Podemos ter uma substituição dupla, amigos. Haaaaaaaaaaaaja coração.
22min; Galvão começa a falar o nome de todos os filhos de Romário. Quero ver ele falar a mãe de cada um deles. Duvido.
23min; Galvão ainda está falando do gol que Romário quase fez, o de Jorge Luiz. Diz que foi por um fio de cabelo. Que já falta para ele, né Galvão. Quarenta e um anos, dá um desconto.
24min; Romário toca na bola pela primeira vez no segundo tempo. Galvão quase goza.
26min; Guilherme faz uma jogada de Josimar, dando dois dribles sensacionais seguidos. Mas chuta torto. A câmera focaliza Romário.
27min; Romário vai vivendo o drama pessoal. Tava faltando essa frase, Galvão. Mais enfático da próxima vez. Repeat after me: Dramáaaaaaaatico.
28min; Dodô perde gol feito ao tentar entrar com bola e tudo porque não teve humildade em gol. Wright ver pênalti. Tá louco! Cássio na bola, o replay mostra. Marsiglia assina a súmula.
30min; Galvão é quem pede pênalti agora. Grita até. Mas não foi. Jorge Henrique é desarmado na bola por Dudar. Wright espera o replay e diz que não foi. Marsiglia, macambúzio, volta para o banco.
31min; Entra Allan Kardec no Vasco. São tantas piadas possíveis que é até covardia. Segue o jogo.
34min; Romário toca na bola e Galvão não fala nada. Acho que ele está tão nervoso que nem tá enxergando mais.
35min; Luciano Almeida corta um cruzamento perigoso e comemora como se tivesse feito um gol. Em seguida, falta para o Vasco, um mini-escanetio. Câmera focaliza o pai de Romário. Na leitura labial dá para ver que ele perguntou para alguém, do lado, quanto tá o jogo. Galvão: será que é hoje? Terceira vez. Não perca a conta. Não de Romário, mas de Allan Kardec. Eu estou proibido de fazer piada com esse jogador. Tem espírita na família: 4 a 4.
38min; Novamente falta na entrada da área para o Botafogo. Galvão ignora e fica falando do possível gol de pênalti de Romário. Lúcio Flávio já saiu. Dodô bate no meio, Cássio, desta vez, defende.
41min; Escanteio para o Botafogo. Árbitro dá perigo de gol. Contra-ataque do Vasco. Allan Kardec tenta fazer um gol espírita. Desculpem, mas foi mais forte do que eu.
43min; Dodô perde o gol da vitória. Entra na área e toca mal na saída de Cássio. O árbitro dá quatro minutos de acréscimo.
46min. Escanteio para o Botafogo. Novo perigo de gol. Impossível dizer o que ele marcou. Galvão só fala do quase-gol de Romário. Agora é para os paulistas que assistiam o campeonato chato deles.
47min; Romário leva uma cotovelada sem querer. Galvão quase tem um filho.
48min; Com três minutos de acréscimo, o poliçafederal termina a partida. Pênaltis.
Tino Marcos informa que Romário está com câimbras. Será que ele não bate o pênalti? Faz isso com o Galvão, não, Peixe.
Galvão agora quer que ele não bata, para não confundir. Confundir quem? Nem a mãe dele, em entrevista, questiona a não-validade.
O pai dele, do lado, interrompe a entrevista e pergunta quanto foi o jogo.
Galvão diz que as câimbras são por causa do calor. Esse calor de meia-noite no Rio dá até câimbras. A medicina deveria estudar esse caso.
Total de tempo de Romário com a bola: 10,7 segundos.
Romário ajeita o meião, levanta, mas cai. É o calor, diz Galvão. Luís Roberto aquece no fundo da cabine. Se Romário não bater o pênalti, é Luís Roberto quem narra.
Depois de dez minutos do fim da partida, a Globo lembra que Romário está jogando contra outra equipe e mostra o time do Botafogo rezando. Bá acompanha.
Pelo Vasco: Morais, Dudar, Roberto Lopes, Renato e Conca. Romário não bate, a princípio. Mas tudo pode mudar. Ele diz ao repórter que quer bater. Come uma banana. Cálcio, segundo Galvão, agora travestido de nutricionista. (não seria potássio, Dr. Galvão?)
Pelo Botafogo ninguém informa.
Zona completa no campo, o árbitro-poliça não faz nada, o tempo passa. Romário anda amparado por um massagista do Vasco. Se bater, vai perder.
Agora, Romário diz que não vai bater. O árbitro decide pela cobrança do lado da torcida do Vasco. Novidade... mas contra o Flamengo, na semifinal da Taça Guanabara, também foi lá e eles perderam.
Vinte e um minutos e nada. Com a bola rolando, no primeiro tempo, já estava 2 a 2.
Dodô baterá o primeiro...gol, chorado. Cássio ainda tocou.
Morais...Jú-lio Cé-sar defende. Galvão engole o grito de gol.
Juninho...gol.
Dudar...perdeu contra o Flamengo...e perde de novo. Isolou.
Menino-Juca....gol. Botafogo quase lá. Basta que o Vasco perca agora.
Roberto Lopes....gol.
Luciano Almeida...quem começou a reação botafoguense. Galvão pede que dêem água com açucar para Cuca. E para ele? Gol!
Botafogo na final da Taça Rio, Romário sai mancando de campo, e ponto final nesta transmissão gigantesca.
O Gol Mil acumulou!
quinta-feira, 12 de abril de 2007
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